quinta-feira, 26 de abril de 2007

Raiva!






Peças Teatrais...


Gritos cheios de ais!


(Raiva!)


Acordes perfeitos enquanto durmo...


(Raiva!)...


Culpa que me mata...


Quero estar distante


Do instante...


Sou o gênio que não veio...


(Raiva!)


Sou a angustia de sentir


Uma alegria tão morna


Que dá raiva!...


Sou o autor dessas linhas torpes,


Cheias de horror, DE CULPA...


De um Raskolnikov Lúcido...


Embebido de escuridão...


Acordes Perfeitos martelam em minha cabeça


A Raiva de não ser um Gênio!


Durmo...


Peças teatrais representadas


Na confusão de ser-eu...


Gritos cheios de ais!


(Raiva!)


Amanhece escuro..


Vontade de despertar...


Despertar pela raiva....


Raiva de não ser um gênio!








Chegando...


Cheguei aqui nesse espaço para divagar e espalhar pensamentos que surgem sem qualquer aviso no espaço do meu interior. Por que "O Homem sem qualidades"? porque, como no romance de Musil, sou um personagem em formação, ou seja, uma alma em formação. Não sei porque criei esse espaço. Não sei se serei lido, mas, por algum processo interior cujo nome desconheço - seria vaidade, altruísmo, egoísmo?, resolvi escrever aqui pensamentos tão literários como os processos interiores. Sonhos, cenas, passagens de livros, passagens do dia, passagens de galeria, passagens de avião... tudo o que estiver no horizonte do pensamento, mirando o infinito e inquietando o meu agora, fazendo turvas as águas que correm nas cavidades do Ser. Talvez seguindo esse olhar do Musil eu chegue a iniciar o texto... hoje não, só depois de amanhã.... Talvez esse olhar seja a vontade arrumar as malas para o definitivo... Mas... só depois de amanhã....